Na jornada do casamento, muitas vezes nos encontramos perdidos entre os papéis que desempenhamos, entre as expectativas da sociedade e as demandas da vida moderna. No entanto, é crucial compreender que a dinâmica entre homem e mulher vai além de simplesmente cumprir estereótipos ou desafiar convenções.
Neste contexto, a aula que se segue não se destina a apontar culpados ou a reforçar estereótipos ultrapassados. Pelo contrário, tem como objetivo principal fornecer ferramentas para que possamos reordenar os símbolos dentro do casamento, promovendo uma relação mais equilibrada e harmoniosa. É uma oportunidade para explorar a importância dos símbolos e reconhecer como sua compreensão pode simplificar e enriquecer os diálogos, as interações e a vida conjugal como um todo. Se você está aqui, esta aula é para você – uma jornada rumo à redescoberta e à revitalização do seu relacionamento.
Primeiro de tudo, essa aula não é para você assistir e depois chegar apontando o dedo para o seu marido dizendo: “A Thais disse que homem é assim, que é assado”. Não! Essa aula é para que vocês possam ordenar os símbolos dentro do casamento de vocês e ter um casamento mais tranquilo e ordenado. Combinado? Se você está aqui, essa aula é para você.
Outra coisa, nesta aula você vai ouvir muitas coisas desagradáveis e que vão contra o que vocês escutam por aí hoje. Então, eu preciso que vocês estejam com a mente e o coração abertos para entender, porque se estão aqui é porque até agora nada do que fizeram tem dado certo.
Antes de falar sobre o papel do homem e da mulher, eu preciso explicar o que é um símbolo e por que é tão importante.
Existe uma parte em nosso cérebro que chamamos de imaginário, uma espécie de memória fluida. Não é simplesmente uma memória onde guardo coisas congeladas, como uma cena que aconteceu comigo. É uma memória que guarda imagens que me dizem algo; são imagens que ficam armazenadas ali e me entregam uma mensagem.
Os símbolos são uma espécie de base, um fundamento para que nosso inconsciente nos direcione para aquilo que realmente importa. É uma forma que a natureza tem de nos passar certas mensagens.
Por exemplo, qual é a importância dos símbolos do homem dentro do casamento? E dos símbolos da mulher? Se nós compreendermos os símbolos, ficará mais fácil lidarmos com o diálogo, para conversarmos sobre finanças, filhos, crises; tudo ficará infinitamente mais simples, rápido e fácil.
Imagine que estou conversando com você e eu digo: “pensa num homem. Qualquer homem”. Vai vir um homem na sua cabeça. Você concorda que esse homem que veio à sua cabeça está carregando o símbolo de todos os homens que você conhece? Você vai imaginar um ser humano com dois braços, duas pernas, ombros mais ou menos largos; você não vai imaginar um homem delicado. Vai imaginar um corpo mais robusto, um rosto um pouco mais quadrado, com barba, geralmente um cabelo mais curto. Você concorda comigo que é uma espécie de memória que te entrega uma mensagem maior? Essas imagens que vêm à sua cabeça te entregam uma mensagem, uma história; isso é o que chamamos de símbolo.
Os símbolos ficam dentro do nosso imaginário. E o nosso imaginário tem certa configuração, tem um estilo de formação. E como funciona a formação do imaginário? Desde que nascemos começa a ser formado. Vocês lembram quando falei que o imaginário é formado por duas coisas?
O senso comum é a faculdade humana que aperfeiçoa os sentidos: tato, olfato, paladar, visão, audição. Os sentidos fazem com que o mundo entre em mim, formando uma imagem, a qual, através desses sentidos, é unificada dentro de mim.
E a razão vai organizar isso num lugar na minha cabeça. Por exemplo: quando eu falo de uma coxinha de frango. Quando você pensa em coxinha, vai imaginar que tem um sabor salgado e um aspecto frito. Está no campo dos salgados. Está no campo das frituras. Vamos organizando certas caixinhas na nossa cabeça. Essa capacidade de organizarmos em caixa as coisas da nossa cabeça é a faculdade da razão.
Quando eu uno senso comum e razão, essas duas coisas formam o que chamamos de constituição do imaginário, ou alimento do imaginário. Conforme as imagens vão adentrando em mim, vou constituindo-as no meu subconsciente, no meu imaginário. E quando vou resgatar essas imagens? Quando eu tomo atitudes ditas impulsivas.
E o acúmulo de imagens gera o que chamamos de gosto. Quando organizamos essas imagens dentro do nosso imaginário é que se forma o nosso escopo de desejos. Quando eu preciso desejar algo, ou seja, de forma impulsiva, não é algo pensado.
O desejo humano não é consciente, é o fruto do inconsciente. Ninguém fala assim: “eu vou desejar tal mulher; vou desejar tal homem”. Não é assim que funciona. Basicamente, você olha, ouve, cheira ou toca a pessoa; e deseja aquilo. Ou seja, é fruto do meu inconsciente; de um impulso que vem de algum lugar dentro de mim. Que lugar é esse? Do meu imaginário.
Por que estou ensinando tudo isso? Porque geralmente o que destrói a admiração, o desejo; o que causa as más atitudes, as más inclinações e os maus comportamentos dentro das relações matrimoniais é exatamente a perversão dos símbolos. É a perversão do imaginário. É quando o meu imaginário vai sendo destruído progressivamente e eu perco os símbolos.
Por exemplo, um casal que era casado há 25 anos e perderam o desejo. Um chamava o outro de pai e mãe.
Vocês entendem o que eu falo da construção do imaginário? O quanto perverter os símbolos fará destruir sua capacidade de desejar o outro? É isso. Precisamos ter muito cuidado com esses pequenos detalhes. E de que forma vou fazer isso? Reordenando os símbolos.
Como eu faço para reconstruir os símbolos? O primeiro passo é saber “onde estou errando?”. E vou trazer todos os símbolos para vocês. São símbolos que foram se constituindo e se consolidando na natureza do homem ao longo dos séculos, e que, infelizmente, principalmente neste último século, jogamos fora. Literalmente esses símbolos foram descartados.
Vamos ao mais desagradável de se falar. Eu digo desagradável porque certamente a maioria de vocês não concordará. Vivemos num tempo de cultura positivista, desconstrutivista. O que significa uma cultura desconstrutivista? Significa que a humanidade se sentiu, de alguma maneira, obrigada a abandonar os símbolos. “Vamos parar de dizer que há símbolos próprios do homem, vamos parar de dizer que há símbolos próprios da mulher”. “Vamos acabar com os preconceitos, eu posso ser o que eu quiser”.
Esse discurso é bonito, visto do lado de fora. Qual é o problema então? A natureza está em dissonância com a minha percepção. Portanto, a realidade está em dissonância com a minha percepção. Eu vejo uma coisa e declaro outra. Se eu vejo uma coisa e declaro outra, eu crio aquilo que se chama neurose. Isso não tem como dar certo. Vai gerar ansiedade, depressão, transtorno de personalidade; vai gerar todas essas confusões.
A primeira coisa que eu preciso fazer é desfazer esses preconceitos que existem dentro da cabeça de vocês e declarar, abertamente: homem tem que ser homem, e mulher tem que ser mulher.
Vocês precisam entender a importância em declarar que o homem precisa ter jeito de homem, e a mulher precisa ter jeito de mulher, senão, vocês não vão conseguir entender o valor desses símbolos dentro do casamento de vocês. Vocês vão perverter os símbolos.
E depois reclamam: “ah, eu perdi a admiração pelo meu marido”. Mas é lógico. O seu marido parou de ter cara de homem e começou a ter cara de menino. Ou deixou de ter cara de homem e começou a ter cara de uma mulher chata. É assim que acontece.
O que são os símbolos masculinos? Quais são os símbolos femininos?
O homem parecer como um homem, e a mulher precisa parecer como uma mulher. Se eu não aparecer como um homem, minha mulher não terá mais desejo em mim. Se eu não me parecer como uma mulher, o meu marido vai, pouco a pouco, perder o desejo; porque ele vai olhar para mim e não vai ver uma mulher.
E quais são os símbolos masculinos? Massa muscular. Estou falando que um homem de verdade precisa ter alguma massa muscular no braço. A mulher precisa olhar para ele e sentir que ele é capaz de protegê-la, caso precise. Novamente, isso é algo inconsciente. O tron
co dele é robusto. O homem anda de peito aberto. Ele tem uma postura de homem. A voz dele é mais grossa.
Isso tudo para quê? Para reorganizar os símbolos, para que você seja um homem com cara de homem. Quais são os outros símbolos masculinos? A barba é outro símbolo natural masculino.
Formas de passar essa masculinidade, seriedade, hombridade, é de fato estar adequadamente vestido como um homem.
Não é questão de concordar, é uma questão da natureza.
Um símbolo que temos na mulher é o cabelo. Geralmente é um cabelo mais longo, os seios também entregam uma imagem da mulher; o quadril largo. São imagens próprias da mulher. A mulher tem seios, e o homem não tem. Todos estes símbolos corporais são próprios da mulher.
Papel do homem e da mulher:
Papel do homem: Ponto de vista antropológico, símbolos primitivos.
• Prover – Trabalhar, bancar a casa, a família.
• Proteger – O homem precisa ser capaz de proteger o lar, ficar forte, como falei a fortaleza exterior mesmo.
• Procriar – Mostrar a capacidade de ter relação, mostrar o desejo pelo sexo feminino, ou seja, pela esposa.
Uma mulher que percebe um homem que não trabalha, que não se gasta em serviço, ela perderá admiração.
A autoestima do homem começa de fora para dentro, primeiro ele se porta como homem para depois interiormente formar isso dentro de si, formar a masculinidade.
Diferente da mulher, a autoestima é de dentro para fora, primeiro ela sente isso dentro dela para depois externalizar, no agir, no vestir, no falar.
O homem precisa ser aquele que toma para si a responsabilidade de, se alguém tiver que ralar, se doar, serei EU.
O homem é aquele que protege a moral de sua casa, de forma ordenada e amorosa.
Ele gera autoridade pelo exemplo (diferente do que muitos homens pensam, que precisam ser autoritários para gerar respeito e esquecem do exemplo com amor).
O homem precisa ser o chão ao qual os seus, a sua família vai pisar. Ele é o alicerce da família.
Homem é aquele que resolve o problema. “Como assim?” Você quer despertar a falta de interesse na sua esposa? Comece a reclamar, comece a falar que você não sabe o que fazer, comece a falar que você está perdido.
Costumo dizer que uma das coisas que mais desperta o interesse feminino, a vontade na mulher, é um homem que sabe dizer: “eu resolvo. Deixa comigo”. A mulher quer escutar isso. E, obviamente, ir lá e resolver, né? Não adianta só falar.
A mulher quer isso, só que do ponto de vista inconsciente. Isso é um símbolo que está na cabeça dela; ela quer ser protegida. Por isso, o homem precisa ter essa capacidade de prover, de proteger e de procriar.
O que acontece hoje, a geração dos homens Enzo. Homens fracos e emasculados.
Qual a ordem na vida do homem:
DEUS – ESPOSA – FILHOS – TRABALHO – LAR – ELE (O PROPÓSITO DO TRABALHO É BLINDAR A SUA VIDA ESPIRITUAL, ESPOSA E FILHOS).
PAPEL DA MULHER:
A feminilidade muda completamente a atmosfera da família.
Por que ser mais feminina? A feminilidade é forma de servir, algo que eu faço pensando no que essa transformação vai causar nas pessoas que estão próximas a mim.
Se você não entende o papel da feminilidade, você não entende o papel do servir, se você não está disposta a servir e se entregar, você não está disposta a ser feminina, a ser mulher.
Maria recebe a graça divina e entrega o menino Deus, que foi o maior dos instrumentos de servir a humanidade, que foi CRISTO.
Servir não é levar café e nem colocar o prato da pessoa. Servir é a materialidade do amor.
Mulheres reativas, explosivas, masculinas, são mulheres com o feminino ferido, geralmente tiveram criações rígidas, duras, mães muito bravas. Chamamos carinhosamente de Carlão.
Qual o papel da mulher:
Capacidade de gestar: está ligada à capacidade de transformação, pegar algo e transformar em algo muito melhor, transformar em coisas agradáveis, trazer leveza. Gestar é um processo de doação, há esforço, e o esforço também é a materialização do amor, se me
esforço é porque me preocupo, se me preocupo é porque amo.
A essência feminina é ser receptiva e acolhedora, está ligada aos cuidados com os seus e com os próximos. O papel da mulher, enquanto eu cuido daquilo que é mais importante, eu dou força para o homem cuidar do que vem de fora (sustento/trabalho).
Aqui entra a submissão: que nada tem a ver com aceitar tudo, ser omissa, nada disso, a submissão da mulher ao homem é a missão escondida, enquanto você luta eu te entrego as armas, ou seja, eu estou aqui na retaguarda.
Quando o homem não faz o papel dele, um homem fraco, a mulher inevitavelmente precisa tomar o lugar dele. Porém, para ajustar isso, ela precisa mudar com atitudes e trazer o homem para o papel dele.
Quando a mulher se coloca na posição de fragilidade, ela fortalece o homem para encontrar o papel dele no relacionamento.
Você pode ser dura na mensagem, mas suave na forma de falar – carinho e firmeza.
A mulher, acolhimento, docilidade, apoio, sensibilidade, empatia, dar amor e receber, intuição da mulher, mais afetiva, a capacidade de promover o bem com quem ela convive, a mulher tem sempre em vista os outros e o todo, cuida, vela, conserva, promove o crescimento do outro – mulher, você precisa extrair o melhor do seu marido e não o contrário.
Qual a ordem na vida da mulher:
DEUS – MARIDO – FILHOS – LAR – TRABALHO – ELA.
Pare de ficar remoendo “eu não preciso disso”, e honestamente fale “eu posso fazer melhor”. Eu posso ser uma mulher mais feminina, eu posso ser um homem mais masculino.
Conclusão:
Em um mundo inundado por narrativas desconstrutivistas e culturas positivistas, é fácil perder de vista a essência dos símbolos que moldam nossas identidades e relações. No entanto, ao mergulharmos na compreensão profunda dos símbolos masculinos e femininos, somos capacitados a reconstruir nossas bases, fortalecer nossos laços e revigorar nossos relacionamentos. Reconhecer e honrar os papéis do homem e da mulher não é um retorno cego ao passado, mas sim um mergulho consciente nas raízes de nossa humanidade, onde encontramos equilíbrio, respeito mútuo e admiração renovada. Portanto, que possamos seguir em frente com mente e coração abertos, prontos para reordenar nossos símbolos e construir casamentos mais sólidos e plenos.
Tags: Thais Angelo-Psicóloga e Mentora de Mulheres-Restauração de Casamento-Terapia de Casal-Terapeuta-Psicóloga em Carapicuiba-Psicóloga em Cotia-Psicóloga em Barueri-Psicóloga em São Paulo-Psicologia-
Thais Angelo-Psicóloga e Mentora de Mulheres-Restauração de Casamento-Terapia de Casal-Terapeuta-Psicóloga em Carapicuiba-Psicóloga em Cotia-Psicóloga em Barueri-Psicóloga em São Paulo-Psicologia-